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Compromisso, determinação, resiliência e currículo extenso. Conheça a história de Gabriela Almeida

Postado em » - 3 de novembro de 2023 - 22:14 - Sem Comentários

QUEM É MARIA GABRIELA BISPO ALMEIDA

O conhecimento é a mola propulsora na vida de Maria Gabriela Bispo Almeida. Os muitos anos de estudos – dos quais, grande parte foi dentro de laboratórios – a transformaram numa das maiores especialistas em Licenciamento Ambiental de Sergipe na atualidade. Engenheira química, tecnóloga em Saneamento Ambiental, empresária, professora e palestrante, a aracajuana é diretora-presidente do escritório Gabriela Almeida Consultoria Ambiental e Sanitária.

Química e meio ambiente norteiam a vida da especialista

A inteligência de Maria Gabriela Bispo Almeida é sedutora. É aguçada e transparente. É que os olhos dela sorriem e brilham com intensidade quando fala da profissão, relatando de maneira despretensiosa a respeito do vasto conhecimento adquirido durante uma vida inteira dedicada aos estudos. Sem sinal algum de arrogância e com bom humor e simplicidade hipnotizantes, ela discorre sobre química, meio ambiente, leis e patentes, laboratórios, mestrados e doutorados como se esses temas acadêmicos fossem os assuntos mais triviais do dia a dia, a exemplo de uma receita de bolo. Difícil não ficar atento a cada palavra. Segura de si e ciente da própria capacidade, a Dra. Gabriela Almeida, como é conhecida, é especialista em Licenciamento Ambiental, sendo, provavelmente, a profissional mais requisitada da atualidade nesse segmento em Sergipe. Hoje, é também empresária, dona do escritório Gabriela Almeida Consultoria Ambiental e Sanitária.

Ligada nos 220 volts, como muitos a descrevem, Gabriela Almeida nasceu em Aracaju, em 24 de junho de 1984, no São João. Vir ao mundo em dia de festa junina, entre fogos de artifícios, fogueiras, quitutes à base de milho e muito forró chega a ser emblemático. Parece simbolizar a própria efervescência da personalidade dela, tão alegre e marcante no auge de seus 37 anos. Herança do pai, José Almeida, uma pessoa hilária e extrovertida, como ela mesma descreve. “Ser engraçado era a principal profissão dele”, salienta.

Infelizmente, o motorista de ônibus e de caminhão faleceu em 2018, aos 66 anos. “Hoje, já consigo falar disso com mais tranquilidade. Mas a saudade só cresce”, admite.

Da mãe, Josefa Bernadete Bispo Almeida, hoje com 63 anos, Gabriela herdou o tino empresarial e a força para trabalhar incansavelmente. Vinda de Frei Paulo, no Agreste Central sergipano, a matriarca era dona de uma oficina mecânica. Assumia as rédeas de um negócio pertencente a um universo essencialmente masculino, enquanto Seu José viajava pelas rodovias brasileiras. Depois, ela foi para o ramo de confecções e montou uma lojinha de roupas no Bairro Jardim Centenário, onde Gabriela cresceu. “Já tem quase 40 anos. Ali, ela viveu e nos criou com esse esforço como pequena empresária. Foi quem sustentou a família toda e nos deu várias possibilidades de estudar, de trabalhar com tranquilidade. Nunca nos faltou nada”, assegura. Caçula da família, Gabriela tem um irmão, Gabriel Bispo Almeida, seis anos mais velho e que, atualmente, trabalha com ela na empresa de consultoria.

Seu José e Dona Josefa sempre foram exigentes e, de certa forma, duros com os filhos. Na verdade, tratava-se um pouco de superproteção, medo do mundo lá fora. Era a preocupação natural dos pais com relação à segurança dos filhos longe de casa. “Minha mãe era dura no sentido de não nos deixar sair a qualquer hora e quanto a determinadas amizades. Mas meus pais nunca nos forçaram a fazer algo, como escolher a faculdade a seguir. Isso eles nunca fizeram”, afirma.

Há uma máxima popular que diz que os filhos devem ser criados para o mundo. Diante disso, os primeiros voos de Gabriela fora do ninho materno aconteceram por causa dos estudos. Morando no Jardim Centenário, a pequena e espevitada Gabriela foi estudar no Colégio Menino Jesus de Praga, no Conjunto Dom Pedro I, no Bairro José Conrado de Araújo. Ali, estudou o Primário, hoje, Ensino Fundamental 1, da 1ª à 4ª série. Confessa que essa escola marcou muito a infância dela. Já o Ginásio, ou Ensino Fundamental 2, da 5ª à 8ª série, foi cursado no Centro Educacional de Aprendizagem (CEA), no Bairro Bugio, também relativamente distante da casa dela. Entre as muitas características que podem facilmente ser atribuídas a Gabriela como estudante, uma se destaca: ser curiosa. Qualidade, aliás, que mantém até hoje e que a move também como profissional. “Para estudar, eu sempre queria saber além das coisas. Segundo minha mãe, eu era assim desde pequena. Brincava de dar aula nas paredes lá de casa. Também era conversadeira, amigueira, de estar sempre com um monte de gente. Adorava brincar na rua. Parar em casa não era muito o meu perfil não. Sempre fui assim”, confessa a consultora ambiental às gargalhadas, relembrando com prazer a infância feliz e descompromissada.

Oriunda de uma família simples, sem grandes posses, Gabriela Almeida revela que houve momentos difíceis que a marcaram. Como quando o pai ficou desempregado e foi Dona Josefa que assumiu a responsabilidade de prover o sustento da casa. “Passamos por algumas dificuldades, mas meus pais sempre foram muito firmes nos propósitos de nos sustentar. Graças a Deus, mantiveram nossa educação sempre muito firme”, reconhece. E complementa: “Não tivemos regalias. Minha mãe nos dava tudo o que podia dentro da realidade dela. Nunca faltou nada pra gente”.

Tudo é química

Ao garantir a educação dos filhos mesmo com dificuldades, Dona Josefa e Seu José acertaram em cheio. Especialmente porque Gabriela amava estudar. Ainda adolescente, aliás, já era uma devoradora de livros. Que o diga a prima Miralda Bezerra, bióloga, biomédica e, depois, professora, responsável por abastecer Gabriela das mais variadas publicações sobre biologia – muitos deles ainda fazem parte da biblioteca da especialista ambiental no escritório dela. “Eu tinha minha prima Miralda como referência. Todo ano, ela trazia dois ou três livros de biologia. Eu pegava os livros e lia aquilo sem nem saber pra quê. Achava tão bom. Eu via genética. Estudava como as plantas se desenvolviam. Eu adorava”, comenta.Já o irmão Gabriel, formado em Química, foi o responsável por deixar livros dessa área à disposição de Gabriela. E ela, claro, sempre curiosa, lia tudo. Confessa que entendia muito menos do que as publicações sobre biologia. No entanto, foi a partir daí e também na escola que o interesse pela química foi tomando corpo. “Sempre achei a química muito interessante, porque tudo, na minha opinião, é química. Você vai fazer o arco de um óculos, é química – misturado com física, mas é química. Se você for fazer uma máscara, é química, pois a base é de TNT [da sigla para Tecido Não Tecido]. Se você for fazer uma roupa, é celulose. Se você vai fazer um anel, é metal. Há química em tudo”, analisa.

E foi assim que Gabriela, em 2005, passou a cursar Química na antiga Escola Técnica Federal de Sergipe, hoje, Instituto Federal de Sergipe (IFS). Lá, pôde constatar que o curso era tudo – e mais um pouquinho – que ela imaginava. “No curso técnico, tudo é muita prática. A gente enxerga aquilo de foma real. Não tem a filosofia da literatura. É técnico, é prática mesmo. Estudamos as máquinas e os equipamentos que vão nos fazer entender a configuração de uma matéria. Ao estudar espectometria, por exemplo, você vê a molécula que gera um objeto. Vê também as reações doácido com a água e pode causar uma explosão. Tudo isso me encantou”, admite.

Entre os inúmeros professores no curso técnico, ela cita Regina Célia Andrade, hoje, uma grande amiga, e Rute Sales, atualmente, reitora do IFS. Segundo Gabriela, esta última era uma professora muito boa, dedicada, que teve muita influência no desenvolvimento do trabalho dela na época do curso. “Essas são algumas das pessoas que me marcaram. A maioria dos professores daquela época é de amigos meus hoje. Inclusive, com muitos deles, fiz parte de projetos”, ressalta. De acordo com Gabriela, o diferencial que a fez entrar definitivamente no mundo prático da química e do meio ambiente foi quando, no 3º período na Escola Técnica, a prima Miralda a convidou para ajudá-la no curso de mestrado que acabara de iniciar. Foi assim que surgiu a oportunidade de atuar como estagiária na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Aracaju, onde permaneceu por cinco anos.

Detalhe: o curso técnico teve duração de dois anos, portanto ela se formou em 2007, mas continuou sendo estagiária por mais três anos graças a um edital de exceção, especialmente providenciado para que ela permanecesse na função. Na Embrapa, Gabriela trabalhou em vários laboratórios. Um deles foi referência na vida acadêmica e profissional dela. Trata-se do Laboratório de Genética, onde trabalhava com extração de DNA, RNA, fazia análise do que os agrotóxicos provocavam no solo, entre outras coisas. “Aquilo foi o que me inspirou a ir para a Engenharia Química, na Universidade Federal

de Sergipe (UFS), e para o Tecnólogo em Saneamento Ambiental, no IFS, que é meu curso de maior atração ambiental. Foi lá onde me descobri de fato”, explica. Esses cursos, aliás, foram feitos paralelamente ao técnico em Química no IFS. “Eu fazia assim: de manhã uma coisa; de tarde outra; estágio

num horário. Era uma vida louca. E ainda fazia inglês aos sábados”, acrescenta. Ah, e como sempre foi ávida por conhecimento, Gabriela também cursou posteriormente pós-graduação em Gestão Ambiental e Licenciamento Ambiental em 2009, no mesmo ano em que se graduou na UFS. Já se vão, portanto, mais de 12 anos de experiência nessa área. Um fato importantíssimo: o pesquisador que comandava o Laboratório de Genética na Embrapa foi embora para Brasília e deixou Gabriela responsável pelos trabalhos, apesar de ser somente uma técnica em Química àquela época. Foi, sem dúvida, uma forma de reconhecimento e uma prova de extrema confiança no trabalho desenvolvido por ela. Detalhe: como atuou em muitos laboratórios, contribuiu para o desenvolvimento de um sem-número de artigos científicos publicados por mestrandos e doutorandos. A experiência a preparou ainda mais fortemente para o mercado de trabalho, especialmente para conseguir empregos, ter status. Após sair da Embrapa, Gabriela foi para a Serquímica, onde trabalhou por cerca de três anos. Ali, fazia análise de efluentes e de tratamento de água. Além disso, também foi bolsista de Desenvolvimento Tecnológico Industrial pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). No Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), onde fez o estudo de enquadramento da Bacia do Rio Japaratuba. O objetivo era analisar a contaminação do rio e ver o que poderia ser feito para a melhoria do meio ambiente.

Recém-formada, Gabriela começou a prestar os primeiros trabalhos de consultoria, principalmente para os planos intermunicipais de saneamento básico de Sergipe e da Bahia, além dos planos de regionalização de resíduos sólidos em território sergipano. Essa consultoria era um trabalho independente, autônomo.

Vale ressaltar que a experiência do passado em que analisava agrotóxicos na Emprapa foi a base para o Mestrado e o Doutorado em Biotecnologia Industrial, ambos concluídos na Universidade Tiradentes (Unit). Nesses cursos, ela criou substâncias sustentáveis e biorremediadoras. Feitas de fungos, elas não atacam o homem e se deterioram naturalmente no meio ambiente. São substâncias sem ação química, como os agrotóxicos, que são mutagênicos e provocam câncer. As duas bioformulações foram depositadas como patentes no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) para uso na agricultura, favorecendo o manejo sustentável do agronegócio.

Segundo Gabriela Almeida, no curso tecnológico em Saneamento Ambiental, ela estudou as vertentes do meio ambiente, como dimensionamento, sistemas de drenagem pluvial, destinação de resíduos sólidos, esgotamento sanitário, entre outras questões. Já a especialização em Gestão e Licenciamento Ambiental abriu as portas para que passasse também a lecionar. Assim, em 2011, ela começou a dar aulas na Faculdade Aracaju (Facar), onde, por quatro anos, lecionou Microbiologia, Saúde Ambiental e Controle de Infecções Parasitológicas e Microbiológicas. Hoje, é docente de pós-graduação em cursos na respectiva área, lecionando matérias como Legislação Ambiental, Tratamento de Resíduos e Efluentes Sanitários e Industriais, e Hidrogeologia e Licenciamento Ambiental. “Gosto de ser professora”, assegura.

Em 2012, Gabriela prestou concurso para a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Era apenas uma vaga. E o que ela fez? Passou em primeiro lugar para a área de tecnólogo ambiental. Na empresa federal, ela fazia o controle de tratamento de efluentes da piscicultura. Com dois anos, no entanto, pediu exoneração, porque não se adaptou à rotina do cargo. “Gosto de desafios, de inovação, não gosto de rotina. Era sempre a mesma coisa, e eu queria ir além”, justifica.

Surge a Let’s Save

A ideia de abrir a própria empresa surgiu em 2014 por sugestão da amiga Maira Gama, com quem já havia feito alguns projetos conjuntamente. Então, estudou como montar uma companhia, analisou prós e contras, e fez nascer a Let’s Save (em tradução livre, Vamos Salvar), localizada na Rua Germiniano Maia, na Galeria XXXXX, no Bairro Salgado Filho, e tendo Maira como sócia. A Let’s Save era a nova, instigante e desafiadora “aventura” na carreira que Gabriela estava procurando. “Fui montando a equipe, contratando pessoas. No início, além de Maira, a empresa tinha mais três pessoas: Andreza Aragão, Anne Grazielle Costa e Caroline Batista. Foi difícil, uma fase bem complicada. Mas aí, com a força da equipe, com treinamento, conseguimos seguir e ter êxito”, avalia. Um ano após a fundação da Let’s Save, a sociedade com Maira Gama se desfez. Gabriela deixa claro que não houve rusgas nem desentendimentos. Simplesmente, a sócia não se adaptou às tantas exigências financeiras e tributárias de ter uma empresa e optou por seguir projetos individuais. Quando a consultora ressalta as dificuldades iniciais, ela se refere à aceitação da empresa pelo público, o que é natural, já que se tratava de uma companhia incipiente. Por outro lado, o fato de Gabriela já ter certo respaldo no mercado como professora de pós-graduação na área ambiental, uma profissional em franca consolidação, contribuiu para a Let’s Save ganhar credibilidade. “Sempre fui muito curiosa, estudiosa. Sempre gostei de ler, de entender a legislação, a norma, entender tudo o que estava naquela seara técnica para poder prestar o serviço.

Então, nós fomos conseguindo conquistar a confiança do cliente, à medida que ele percebia que eu entendia do assunto”, comenta. Conquistar a confiança e a credibilidade da clientela passou também pela necessidade de passar por cima do preconceito, do machismo e da misoginia de algumas pessoas que duvidavam da capacidade técnica de Gabriela Almeida por ser mulher – e uma mulher jovem. Havia quem diminuísse ou desdenhasse do trabalho dela, que sempre lidou muito bem com a situação. Com olhar altivo, conhecimento na ponta da língua e firmeza, colocava por terra os argumentos machistas. “Sempre fui muito incisiva, firme. E é isso que fez uma conquista de mercado muito grande. Eu me imponho muito. Se eu tiver certeza do que eu estou falando – não é que não vá baixar a guarda, não –, mas eu vou impor a verdade como verdade. Principalmente na minha área. Vou defender aquilo em que acredito onde estiver, doa a quem doer”, garante. Em defesa própria, ela destaca ser gente boa e compreensiva até certo ponto. Acrescenta ainda o fato de transmitir segurança para os clientes.

Movida a transformações, em 2019, Gabriela decidiu fazer uma mudança estratégica de ação. A Let’s Save passou a se chamar Gabriela Almeida Consultoria Ambiental e Sanitária. Assim, em 2020, tendo um número cada vez maior de clientes – cerca de XX –, a empresa ganhou fôlego com a nova roupagem. Destaque que a clientela do escritório é bastante diversificada, pois envolve todo tipo de atividade em Sergipe e em outros Estados, como Bahia, Alagoas, Maranhão e Pernambuco. Exemplos? Fomosul, Sergitex, Torre Empreendimentos, construtoras, como Santa Maria e a Jotanunes, entre inúmeras outras empresas. “Toda atividade econômica precisa de licenciamento. Então, todo mundo pode ser meu cliente”, resume.

Mesmo com um leque sustancial de empresas como clientes, em essência, ter mudado o nome da companhia foi como começar tudo de novo, já que era preciso fazer a “nova” empresa ser conhecida. “Fui para as redes sociais e comuniquei as pessoas através de um vídeo. Meus clientes gostaram bastante e novos foram chegando”, explica. Além disso, ela é comentarista técnica ambiental do quadro “Descomplica Meio Ambiente”, do Programa Ambiente e Variedades, da Rádio Liberdade FM (100,3) e da TV Ambiental Web, colunista ambiental do Portal G1, da Rede Globo, e da Revista Advogados, onde assina a coluna Especialista Ambiental.

Esse “bombardeio” comunicacional em tantos veículos, contribuíram para fazer o nome do escritório, de fato, conhecido. Já o respeito e o reconhecimento é conquistado com o trabalho bem-feito, tecnicamente correto e dentro da licitude. Para Gabriela, é uma missão concretizada. “É como um propósito, porque eu sabia que isso ia trazer um respaldo técnico muito grande. Quando a pessoa, hoje, remete a meio ambiente ou, pelo menos, aos aspectos técnicos do entendimento sobre o assunto, remete a Gabriela Almeida, que sou eu e minha equipe, que tem função primordial. Somos passíveis de erro, afinal, somos seres humanos, mas procuramos sempre melhorar. E isso se faz estudando”, afirma. Atualmente, a equipe, possui nove pessoas, contando com um assessor jurídico, Orlando Figueiredo Souza de Araújo, mais conhecido como Neto, que é o marido dela.

É importante dizer que o Gabriela Almeida Consultoria Ambiental e Sanitária começou praticamente em meio à pandemia do coronavírus, causador da Covid-19. Então, de início, funcionava no sistema home office. Para tanto, a empresária investiu na estrutura tecnológica necessária para ela e para os colaboradores nas respectivas residências. Além disso, eram feitas reuniões semanais ou a cada 15 dias na casa de Gabriela, com todos os cuidados sanitários de prevenção à Covid-19, para tirar dúvidas e planejar as vistorias com todo o cuidado. Depois, Gabriela montou o escritório em uma sala alugada no JFC Trade Center, no Bairro Jardins. Em mais uma mudança, voltou a atuar em home office. “Um tempo depois, fomos para o Empresarial Jardins, no Bairro Garcia. Foi muito bom! De lá, nós fomos para o endereço que estamos hoje, consolidando a sede própria”, esclarece. O escritório atualmente fica na Rua Minervino de Souza Fontes, 150, Bairro Salgado Filho.

O sucesso, como se sabe, é consequência de muito trabalho, entre outros fatores. Nesse sentido, o êxito obtido teve a ver com o fato de o Gabriela Almeida conseguir licenciamentos ambientais em áreas difíceis, mas que são previstas na legislação brasileira. “O nosso diferencial é obter licenciamentos de áreas de alta vulnerabilidade ambiental. Estamos nos consolidando nisso e trazendo os aspectos técnicos para dentro do processo de forma compreensível, poque somos especialistas no que fazemos”, avalia.

Trabalhos para a sociedade

Entre as muitas atuações marcantes na carreira, destaque para quando Gabriela Almeida foi bolsista de Desenvolvimento Tecnológico e de Pesquisa do CNPq no Laboratório de Tratamento de Efluentes, da Unit, coordenado pela professora Eliane Cavalcante junto à Fundação Nacional de Pesquisa (Funep), do Rio de Janeiro. Em parceria com a professora Daniela Rocha, da UFS, havia o projeto denominado Proposta para Instrumentação da Política Nacional de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, cujo objetivo era fazer um levantamento para definir como ela deveria ser revitalizada. Gabriela era a responsável pela coordenação do projeto, definindo visitas, técnicos, material técnico, entre outras questões. Isso ocorreu entre 2010 e 2011.

“Na época, a professora Eliane tinha esse projeto como perdido. Ela disse que estava nas minhas mãos. Pensei: meu Deus, que responsabilidade! Fui fazer todas as visitas para poder ver qual era a percepção das pessoas em relação às bacias, aos rios. Deu muito problema, foi bem árduo, mas conseguimos um resultado muito positivo. Ela me elogiou muito. Esse projeto me deu muito respaldo, porque conseguimos finalizá-lo com êxito. E isso nos trouxe uma abertura de caminhos muito grande”, rememora.

Outra atuação importante foi a participação no projeto Dom Távora, da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri) em Sergipe, em 2017, quando trabalhou no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). “Foi uma grande honra. Fui responsável pelo licenciamento ambiental de mais de 185 atividades econômicas da cadeia produtiva de regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Pude ajudar muitas famílias a legalizarem as atividades econômicas delas, favorecendo as fontes de renda e, assim, permitindo elas saírem da linha de pobreza. Para mim, de tudo o que já fiz, esse foi um dos maiores ganhos do meu trabalho”, ressalta.

E há muitos outros trabalhos, como os programas de gerenciamento de resíduos sólidos do Ministério do Meio Ambiente junto ao Ministério das Cidades. Gabriela atuou como técnica selecionada pelo Instituto Federal de Sergipe. Houve participação em todos os planos intermunicipais, com visitação a todos os lixões, para fazer a gravimetria. “Entre 2009 e 2013, nós dissemos onde teriam que ser feitos os aterros sanitários e montamos os projetos de todos os planos por território. Hoje, nossa empresa é responsável pelos licenciamentos dos aterros. Estamos licenciando aquilo que projetamos. Eu não sonhava que seria assim e sou grata por isso. Deus tem sempre os planos d’Ele”, constata.

Ressalte, ainda, que Gabriela Almeida arranja tempo para proferir palestras, sejam sobre a área ambiental, da qual é especialista, ou motivacionais, para os colaboradores de empresas, contando a história vencedora de uma mulher empoderada, que veio de uma família simples e alcançou êxito através do estudo e de muito trabalho. “Mostro que é possível conseguir sucesso, mas é necessário coragem para abdicar de algumas coisas, inclusive, de momentos de lazer e até do convívio com a própria família”, ensina. Nessas conferências, a empresária explica que assume total responsabilidade sobre as decisões que costuma tomar sozinha. Sempre segue a intuição dela, que considera Deus falando, enviando mensagens, como se dissesse ao pé do ouvido que tem planos que ela deve seguir. “Espero os sinais e ouço Ele dizer vá e faça. Aí, eu vou fazendo. Eu acredito muito. Mas também nunca me vitimizo. Se eu fiz, eu assumo. Na minha opinião, um dos papéis mais relevantes do ser humano é saber lidar com as consequências dos próprios atos”, filosofa.

Uma ação que a empresária já vislumbra – e para breve – e que deseja ótimas consequências é a expansão das atividades do Gabriela Almeida. O objetivo é levar soluções para licenciamentos ambientais em outros Estados. Porque, segundo ela, a dificuldade da legislação é federal e, portanto, abrange todo o território brasileiro. Além de expandir, pretende aperfeiçoar mais tecnicamente a equipe. Aliás, capacitar os colaboradores é algo recorrente na empresa. “Digo que, pelo menos, façam especialização na área ambiental. Para muitos deles, eu mesma custeio o curso, porque acho importante que tenham conhecimento para eles e para a empresa”, justifica.

Algo mais inspirador do que isso é impossível, não é mesmo? Mas, na verdade, Gabriela considera que, mais do que inspirar, ela dá a chance de a pessoa refletir sobre oportunidade. Infelizmente, ela avalia, há muitas pessoas com crenças limitantes, que acreditam não serem capazes e que se fecham por isso. Com esta visão, ela ajuda a pessoa a descobrir do que gosta, a se descobrir. “Então, digo: faça o que você gosta, porque a tendência é que vai dar certo. Seja lá o que você for fazer, faça bem-feito. Um dia, alguém vai reconhecer seu talento, seu trabalho. E, se não reconhecer, agradeça a Deus sempre e vá-se embora”, ensina.

Gabriela dedica muito tempo ao trabalho, inclusive nos finais de semana, o que deixa muita gente sem compreender que ela prefira buscar soluções para os problemas dos clientes a ir à praia num domingo. Bem, ela explica: “Amo o que faço. Então, no meu caso, eu não trabalho. Eu vivo um esporte todos os dias. Trabalhar na minha área é o que me faz feliz. Eu gosto de novos desafios, e minha profissão me proporciona isso. Quando a gente faz o que a gente ama, a gente não tem esforço nenhum. Dá prazer. É difícil fazer as pessoas entenderem, mas também não ligo para o que as pessoas pensam”, diz, sem papas na língua, com a firmeza costumeira mesclada a uma boa gargalhada.

Rede de apoio essencial

Casada há dois anos com o advogado Orlando Araújo, o Neto – que não resistiu à beleza e à força de Gabriela –, a empresária deu à luz Mariana, nascida em 11 de outubro de 2021. Quinze dias depois do parto, ela já estava na labuta, atendendo a alguns clientes, inclusive pessoalmente. Fazer isso só tem sido possível com o apoio total da família, algo com o qual sempre contou. Dona Josefa, por exemplo, não pensou duas vezes e mudou-se de mala e cuia para a casa de Gabriela por algumas semanas, a fim de ajudar a cuidar da netinha recém-nascida. Xodozinho da família, a pequena Mariana é irmã de Marina, de 4 anos, filha do primeiro casamento da consultora ambiental, uma menina esperta e, ao que parece, tão inteligente e curiosa quanto a mãe.

Emocionadíssima ao falar das filhas, Gabriela não contém as lágrimas. Com a voz embargada e sem encontrar as palavras certas para explicar tanto amor, ela simplesmente balança a cabeça de forma positiva para confirmar o quanto ambas a transformaram em alguém melhor. “Elas são minha razão de ver. Se antes eu era mulher de correr atrás [dos objetivos], com elas, tenho que correr ainda mais. Além disso, preciso deixar um legado. Quero fazer elas terem orgulho de mim”, promete. Como se vê, a família que Gabriela Almeida forma com Neto e as meninas são inspiração pura para não esmorecer e para alcançar seus intentos. E, claro, ela tem Deus como motivação maior. “Deus é tudo. Ele é a única pessoa a quem peço opinião (risos). Sem ele, eu não sou nada. Tudo o que eu tenho e tudo o que eu sou, é por ser instrumento dele. Só faço tomar conta do que ele me passa”, assevera. Pelo jeito, ela está tomando conta de tudo direitinho.

GABRIELA ALMEIDA – CONSULTORIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

Endereço: Rua Minervino de Souza Fontes, 150

Salgado Filho, Aracaju-SE

Fonte do livro : Mulheres que inspiram negócios.